Freitag, August 08, 2008

O Mito de Pandora: a esperança é algo bom ou ruim para os homens?

O mito de Pandora, vital para a compreensão da crítica estóica à esperança, é como um segundo capítulo do mito de Prometeu. Diz-se que Prometeu, o mais humanista dentre todos os personagens míticos gregos, revoltando-se contra a pretensa superioridade dos deuses em relação aos homens, roubou-lhes o fogo divino e o concedeu à humanidade. Desde então a raça humana passou a exibir uma centelha de inteligência divina, o que gerou ciumes em Zeus, regente do Olimpo. Afinal, como poderiam os homens exibir a mesma centelha de inteligência dos deuses?

Com o intuito de vingar-se, o senhor dos deuses criou uma mulher belíssima, chamada Pandora, e a enviou ao mundo dos homens portando uma pequena caixa. A despeito de ser advertido contra qualquer presente oriundo de Zeus, Epimeteu - irmão de Prometeu - se viu seduzido pelos encanto de Pandora e aceitou a caixa como um presente de núpcias. De acordo com o poeta Hesíodo, Pandora abriu a caixa movida por uma incontrolável curiosidade e , ao abri-la, liberou todos os males, desgraças e calamidades que aflingem a humanidade. No fundo da caixa, entretanto, restou a esperança.

A interpretação usual desse mito sugere a esperança como uma especie de compensação, uma possibilidade de redenção e superação do sofrimento humano. Uma interpretação estóica, contudo, sugere ser a esperança nada mais do que outro dos males da caixa de Pandora. A esperança, segundo o estoicismo, nos conduz a um estado de paralisia, a uma sujeição a fantasias. Seria, portanto, a vingança final de Zeus contra a humanidade, que ousou a usurpar o fogo dos deuses.

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